03/06/2000

Mãe, quando tu partis-te para o teu lugar encantador chamado de céu ou paraiso, confesso-te que me faltaram aos pés o chão, e no meio da dor, do maior sofrimento da minha vida, perguntei: "o que vai ser de mim?", não perguntei a deus, pois ele é um ser cruel que nos criou para morrermos, porque nos criou com sentimentos, mas perguntei ao vazio o que seria de mim, tu eras o meu esteio, a minha fonte de vida, a minha razão de existir.
A tua existência dava-me segurança e ajudava-me a vencer os obstáculos tivessem eles "2 metros" ou "100 metros".
Sei que foste para um bom lugar, e que um dia nos voltaremos a encontrar, mas ainda assim, antes de nos voltamos a encontrar eu vejo-te todos os dias, quando vejo o brilho de uma estrela, quando observo o pôr do sol, ou todas as outras coisas que eu fazia contigo ao meu lado fazendo-me assim crescer como pessoa ignorando os sentimentos que tenho pelas outras pessoas, porque sofrer com o que te aconteceu já eu sofri muito.
As saudades do teu sorriso, do teu olhar, do teu toque, do teu carinho, de toda a felicidade que me trouxes-te, de me ires buscar a escola todos os dias, de me obrigares a fazer os trabalhos de casa, de me dares um beijo antes de dormir, isto tudo e muito mais, ninguém percebe as saudades que eu sinto, pois não te perdi quando já era minimamente crescido, perdi-te quando era apenas uma simples criança, mas posso dizer-te que te casas-te com um grande homem, pois ele fez o trabalho a dobrar e saiu-se bem, muito bem até, tenho de vos agradecer aos dois a minha existência, mas pergunto-vos, deveria ter nascido?
SE A FAMILIA é rica, pobre, doente ou não, não importa, desde que o carinho o amor a confiança e o afecto estejam presentes, têm tudo para ser familia, podendo até nem ser os pais verdadeiros.
EU ACREDITO QUE O MELHOR SENTIMENTO É O DE UMA MÃE E DE UM PAI!
pai, mãe, obrigado por tudo...